Pátria é um fresco de três décadas de ódio e trapaças. Aramburu não ficou pelo panfleto, antes compôs uma epopeia onde se cruzam vozes e tensões, nada tem carácter definitivo, e as certezas são poucas. Num estilo sóbrio, a escrita mantém o ritmo adequado à narrativa. Sem ênfase, ou frases de grande efeito, o romance vai fundo no escalpe da realidade. A densidade psicológica das personagens resgata-o da tentação do proselitismo.
O retábulo definitivo sobre mais de 30 anos da vida no País Basco sob o terrorismo.
No dia em que a ETA anuncia o abandono das armas, Bittori dirige-se ao cemitério para, na sepultura do marido, Txato, assassinado pelos terroristas, lhe contar que decidira voltar à casa onde tinham vivido os dois. Mas poderá ela conviver com aqueles que a perseguiram antes e depois do atentado que transtornou a sua vida e a da família? Poderá saber quem foi o encapuzado que num dia chuvoso matou o marido, quando este regressava da sua empresa de transportes?
Por mais que chegue às escondidas, a presença de Bittori alterará a falsa tranquilidade da terra, sobretudo a da vizinha Miren, amiga íntima noutros tempos, e mãe de Joxe Mari, um terrorista encarcerado e suspeito dos piores receios de Bittori. O que aconteceu entre essas duas mulheres? O que envenenou a vida dos filhos e dos respetivos maridos, tão unidos no passado? Com lágrimas escondidas e convicções inabaláveis, com feridas e coragem, a história arrebatadora das suas vidas, antes e depois da tormenta que foi a morte de Txato, fala-nos da impossibilidade de esquecer e da necessidade de perdoar numa comunidade fragmentada pelo fanatismo político.
Fonte: contracapa do livro
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.
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