sábado, 22 de fevereiro de 2020

Tempo para a poesia LXII


Ontem sonhei que sonhava
e me mantinha desperto
contente por me escapar
de um mundo que me era incerto

seguro porque voltava
ao que é lógico e real
à vida que firme sabe
do que é bem e do que é mal

quando tornei a dormir
já rompia a madrugada
e na clara luz não tinha
certeza alguma de nada.

In: Uns poemas de Agostinho. Lisboa: Ulmeiro, 1989

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