quarta-feira, 23 de maio de 2012

Novidade na biblioteca: Brincadeira de crianças

Brincadeira de crianças de Cármen Posadas
Lisboa: Quetzal, 2006

Luísa, uma escritora de thrillers, mulher emancipada e mãe solteira de uma filha pré-adolescente, trabalha num romance em que se investiga a morte de um rapazinho. Todavia, aos poucos, Luísa apercebe-se de que o enredo do seu livro tem muito a ver com um episódio obscuro do seu passado, o que parece estar também a repetir-se na vida da sua filha.
Carmen Posadas constrói um romance de mistério em que reflecte sobre os perigos de se ultrapassar a fronteira, sempre ténue que separa a verdade da mentira.
Fonte: badana do livro
Excerto:

Luísa chamou Elba à filha porque foi nessa ilha que a concebeu. Luísa não tinha a certeza do sítio onde ficara grávida, se na ilha de Elba ou na vizinha ilha de Monte Cristo, mas, perante a tarefa de escolher um nome para o bebé, não havia dúvida sobre a conveniência de um ou outro e optou por Elba. A sua «viagem de acasalamento» (era assim que costumava referir-se àquele episódio algo obscuro) durara vários meses e, naquele tempo, havia mais de doze anos, pareceu-lhe a melhor ideia que tivera em toda a sua vida. Quando se decidiu a pô-la em prática, o seu segundo casamento era já uma recordação distante. Acabava de fazer quarenta anos e esta idade, na sua opinião, podia ser considerada como que um ultimato, um agora ou nunca ou (para usar as palavras de Cármen O’Inns, aquela personagem a que começara a dar vida havia apenas uns meses com todo o tipo de reparos e terrores literários) «é o último comboio para a maternidade, apanha-o, minha imbecil, quem é que raio se vai pôr a averiguar de onde saiu o bebé se puseres determinação nisso e inteligência, claro, não te esqueças da inteligência».

A autora:

Carmen Posadas nasceu em Montevideo, Uruguai, em 1953. Com uma trajectória de mais de vinte anos, depois de, em 1985, ter publicado Manual del perfecto arribista, escreveu ensaios, guiões para o cinema e televisão, livros juvenis e vários romances: Cinco Moscas Azuis (1996); Nada É o Que Parece (1997); Pequenas Infâmias (Prémio Planeta, 1998); A Bela Otero (2001); O Bom Servidor (2003); e Brincadeira de Crianças (2006). É uma das autoras contemporâneas que melhor soube ganhar o aplauso da crítica e dos leitores. Os seus livros encontram-se traduzidos em vinte e uma línguas e foram publicados em mais de quarenta países. Em 2002 a revista Newsweek considerou Carmen Posadas como «uma das autoras latino-americanas mais destacadas da sua geração».
Fonte: www.wook.pt

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