Num tempo histórico marcado pelas aspirações de independência das colónias portuguesas, a Guerra do Ultramar vive momentos dramáticos. No Golfo da Guiné, o Império Português jogava nas lutas internas da Nigéria e o aeroporto de São Tomé era a principal plataforma logística para o apoio dos separatistas biafrenses. Aviões mercenários partiam com mantimentos e munições, regressando apinhados de refugiados famintos. A situação era tensa e volátil.
Neste contexto, um destacamento do exército português comandado pelo alferes J. rumou à baía de São Miguel, com a missão de controlar movimentos suspeitos na remota costa sudoeste de São Tomé. Durante meses, o jovem alferes J. – poeta censurado e opositor do regime – mergulha na floresta equatorial e fica encurralado num território carnívoro e encantatório, desaparecendo misteriosamente.
Quarenta anos depois, Bernardo, o seu filho, desembarca em São Tomé para reconstruir os últimos meses de vida do pai. Vai acompanhado pelo seu amigo fotógrafo Gonzalo, que busca aves míticas são-tomenses e procurar integrar as muitas lacunas do naturalista e explorador português Francisco Newton. O que aconteceu – para lá da verdade oficial – na baía de São Miguel? Para o descobrir, terá de atravessar o lado oculto da ilha, com os seus segredos e histórias.
Com um extraordinário vigor literário, esta história leva o leitor à revelação progressiva das zonas de sombra, até expor à luz crua do dia toda a verdade sobre a tragédia africana do alferes J.
Fonte: badana do livro
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