Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres
nasceu em Vila Nova de Gaia a 25 de Agosto de 1930. Licenciou-se em Ciências
Histórico-Filosóficas, tendo-se dedicado ao ensino entre 1965 e 1973. Trabalhou
na RTP como directora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis entre
1976 e 1986. Dedicou-se à poesia e à tradução e colaborou com artigos de
opinião em vários jornais e revistas. Entre 1990 e 1993 foi directora da
revista Pais. Tornou-se conhecida como autora de literatura infanto-juvenil, especialmente
no âmbito da poesia e do teatro e adaptação de clássicos. Desenvolveu um
interessante trabalho na educação do gosto pela literatura, junto de crianças.
A sua obra para a infância conta
no total mais de 70 títulos. Em parceria, destaca-se o seu trabalho com António
Torrado em vários livros e programas de televisão.
Em 1986 foi distinguida com o
Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para crianças "pelo
conjunto da sua obra literária e pela manutenção de um nível de qualidade
superior".
Fonte: Livros com história(s) : prémios Gulbenkian de literatura para crianças 1980-2004.
Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2006. 69, [1] p. ISBN 978-972-31-1165-1
"Mulher de um compromisso extraordinário e permanente com a educação e com a promoção do prazer da leitura, [Maria Alberta Menéres] fez do dar a conhecer aos outros uma responsabilidade que ultrapassou a sua condição de escritora. Deu-nos a conhecer poesia, contos, histórias maravilhosas e fez, de quem a leu, melhor leitor."
excerto do comunicado da ministra da Cultura.
Aceda ao Catálogo da Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil e descubra que obras da autora temos disponíveis para si.
Em louvor da utopia
Esta certeza de não estar aqui
e o vento
e as desordens prometidas
levantam hoje o muro da utopia
de pedras desiguais, de folhas
e sementes
de corpos de lagartos nevoentos.
Ó doce e colorido e opaco
muro
sem sombra ou dor que nos oculte
o insulto,
o teu momento é belo e foi escolhido
na hora do calor, na febre
mansa
desta hora de sol e desespero.
Esta certeza de não estar aqui
e o vento
e a certeza de não ter ficado
em outras madrugadas,
levantam hoje o muro da utopia
de pálidas palavras já sem mãos,
de gestos pequeníssimos
sonhados
na noite imensa do imenso dia.
In: O Robot Sensível
Leia, porque ler é um prazer!
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