Porto: Porto Editora, 2019 |
Prémio Man Booker 2018
“Nenhum de nós alguma vez tinha lido algo assim”, disse Kwame Anthony Appiah para justificar a decisão unânime dos jurados do Man Booker em atribuir o prémio deste ano a Milkman. O romance faz uso de um experimentalismo literário que Appiah apelidou de “extraordinariamente original”, destacando ainda a distinta voz narrativa desta “história de brutalidade, resistência e invasão sexual, tecida com um humor mordaz”.
Nesta cidade sem nome, ser interessante é perigoso. A irmã do meio, protagonista deste romance, empenha-se em evitar que a sua mãe descubra a identidade do namorado e em não dar explicações sobre os encontros com o leiteiro. Mas quando o cunhado um descobre a situação e começa o rumor, a irmã do meio torna-se «interessante». A última coisa que queria ser. Porque, nesta cidade, ser interessante implica que te prestem atenção e isso é perigoso.
Num original misto de inocência e perspicácia, com um estilo único, torrencial e anónimo muito próprio da oralidade, a narradora partilha com o leitor a sua vida, profundamente marcada pela violência física e psicológica.
Milkman, de Anna Burns, é uma comovente história feita de rumores e falatório, de aceitação e resistência, de silêncio e surdez intencional, que decorre no auge dos conflitos entre as duas irlandas e que espelha o que de pior há no ser humano.
Fonte: contracapa do livro
Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.
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