terça-feira, 31 de maio de 2016

Canto de mim mesmo de Walt Whitman


Em Canto de Mim Mesmo, Walt Whitman canta-se e canta o mundo, dando-nos a ver as cores com que ele o pinta. Partilhamos a intimidade, o quotidiano, o pensamento e as palavras. O convite é do próprio autor, que no canto II escreve: 

“Fica comigo este dia e esta noite e possuirás 
a origem de todos os poemas,
Possuirás o que há de bom na Terra e no Sol (há milhões de sóis),
Não terás coisas em segunda ou terceira mão, nem verás pelos olhos dos mortos, nem te alimentarás dos espectros dos livros,
Nem através dos meus olhos verás, nem de mim terás as coisas,
Escutarás tudo e todos e tudo em ti filtrarás”.

Um livro para ler no vagar dos dias, saboreando cada lugar que o autor percorre, percorrendo-os nós mesmos, com a imaginação.


Em mim vivem as vozes há muito tempo emudecidas,
Vozes de intermináveis gerações de prisioneiros e escravos,
Vozes de doentes e desesperados, de ladrões e anões,
Vozes de ciclos de gestação e crescimento,
E dos fios que liam as estrelas, e dos úteros e da seiva paternal,
E dos direitos dos ofendidos,
Dos disformes, triviais, simples, idiotas, desprezados,
Névoa no ar, escaravelhos que fazem rolar bolas de excrementos.

Walt Whitman: Poeta norte-americano (31 de Maio de 1819- 26 de Março de 1892), nascido em Long Island. A sua obra poética centra-se na colectânea Leaves of grass (Folhas de Erva), revista e completada ao longo da vida do autor. A técnica inovadora dos seus poemas influenciou todo o lirismo moderno.

Para saber mais consulte:

https://www.wdl.org/pt/item/9683/
https://www.incm.pt/portal/bo/produtos/anexos/10263920150126153629359.pdf

Livro disponível para empréstimo na rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

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