Lisboa: Dom Quixote, 1995 |
Lavínia e Lídia, mãe e filha, que não conseguem estabelecer profundas e duradouras relações afetivas familiares e com pessoas de sua convivência, são protagonistas da novela O silêncio, publicada no ano de 1981.
O silêncio é uma história de amor. Um diálogo entre Afonso, um cirurgião famoso de meia-idade, e a jovem Lídia, que se torna sua amante e o liberta de um casamento convencional e frustrado.
Lídia fala de si, de sua mãe, Lavínia, do seu modo inquieto de olhar o mundo. Mas o que Lídia conta é exactamente o que Afonso não quer ouvir.
Por esta obra, a escritora, Teolinda Gersão, foi agraciada com o prémio do Pen Clube de Português, no género ficção.
“A volatilidade dos relacionamentos humanos na pós-modernidade, tema presente nos vínculos das personagens Lídia e Afonso, e Lavínia e Alfredo, em O silêncio (1981) novela de Teolinda Gersão, cristaliza o “mal-estar contemporâneo”, que permeia as relações de afeto flutuantes, denominadas de “amor líquido” (BAUMAN). A obra aborda as conflituosas relações humanas atuais, na qual o espaço sociocultural atribuído, tradicionalmente, à mulher – criança, cozinha, igreja – é contestado por Lavínia e sua filha Lídia. Esse estado de fluidez nas conexões pessoais, de insatisfação e inquietude permanentes pela não aceitação do papel tradicional da mulher (“sólidos pré-modernos”), que conduz a “fugas” de espaços subjetivos e concretos, reflete o sentimento do mal-estar da contemporaneidade: a “fragilidade dos laços humanos”.”
Denise Rocha in Poder e palavra em O silêncio (1981), de Teolinda Gersão
Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de Arganil
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