sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Tempo para a poesia XXXIX


FOLHA CAÍDA

Pétala branca, frágil, caída,
Como em segredo, na minha face!
Pétala branca, frágil, caída
Na minha face, como se a vida
Leve, de leve nem lhe tocasse!

Mas nunca as folhas do meu cipreste
Buliram tanto, nem senti neve
Como no beijo que, então, me deste…
Pétala, branca no meu cipreste!
Branca (tão branca!), leve (tão leve!)

Não mudou nada nas minhas asas;
Se penas tive, tenho, ainda, penas.
Não mudou nada, nas minhas asas;
Porém as brasas, (as minhas brasas!),
Depois, ficaram menos morenas…

Vieste, mudo como um segredo!
Partiste, leve como um suspiro…
Amor, se o houve, foi em segredo,
E, se lembro, lembro-te a medo,
Fechando os olhos, quando respiro…

Pedro Homem de Mello in E ninguém me conhecia

Livro disponível para empréstimo na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil.

Leia, porque ler é um prazer!

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