segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A minha empregada de Maggie Gee

A Minha Empregada

Maggie Gee
Tradução Claudete Soares

Começemos pela capa: o retrato photo-shop etno-chic em nada se aproxima da personagem da empregada de limpeza, Mary Tendo. O cliché exótico nada tem a ver com a vitalidade vivenciada.

Este é um romance de personagens que se encontram por dinheiro, por necessidade, por afecto e que chocam em cultura e classe. “Estão á distância de um sopro com o mundo inteiro entre elas.” “Como se pode comparar uma escritora a uma empregada de limpeza?”

O enredo centra-se em Vanessa Henman e Mary Tendo; de Uganda a Londres. Mary regressa a Inglaterra respondendo ao apelo de Vanessa para cuidar do filho deprimido de quem Mary tinha sido ama enquanto fora também empregada de limpeza. Em tempos idos Mary era submissa e explorada; agora é senhora de si, faz frente a Vanessa e devolve a Justin o ânimo perdido.

A chegada de Mary traz estímulos e a mudança dá-se na vida de todos. Mary celebra a vida; Vanessa, neurótica, responde em cinísmo. Mas para ser justo, a empregada é romanceada sem mácula e com uma perda trágica que desperta sem hesitação a empatia do leitor. Enquanto Vanessa carece de características redentoras que despertem simpatia.

É de surpresa em surpresa que a narradora vai desenvolvendo a relação de cada mulher com a família e amigos. Relações complexas tratadas com desenvoltura e bom humor numa tradução límpida e fluída. Uma história de segundas oportunidades. Um triunfo da esperança sobre o desespero.





Nota biográfica:

Maggie Gee (n. 1948) é uma romancista britânica e professora de escrita criativa. 
Foi escolhida como uma das mais originais “Melhores Jovens Romancistas Britânicas” do Granta’s e os seus romances têm sido aplaudidos internacionalmente.
É a primeira mulher Presidente da Royal Society of Literature e vive em Londres.

Leia, porque ler é um prazer!

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