Vergílio Ferreira por Dorindo Carvalho, 1993 |
Vergílio
Ferreira é um dos mais importantes escritores portugueses revelados a partir da
década de 40 do século XX, nasceu há cem anos, que se completam hoje, dia 28 de
Janeiro.
Vergílio Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916, em Melo, uma pequena aldeia do Concelho de Gouveia. Os pais emigraram para os Estados Unidos e Vergílio passa a maior parte da sua infância com as tias maternas.
Em 1926, com 10 anos, entra no Seminário do Fundão, onde esteve durante 6 anos. Experiência que lhe deixou marcas profundas e que ficcionou mais tarde em Manhã Submersa (1953).
Depois de deixar o Seminário, termina os estudos liceais na Guarda em 1935, e no ano seguinte ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Filologia Clássica, concluindo a sua licenciatura em 1940. Estagiou no Liceu D. João III, em Coimbra e leccionou em Faro, Bragança, no liceu de Évora e no Liceu Camões em Lisboa, onde ficou até à sua reforma.
A estreia literária de Vergílio Ferreira acontece em 1939 com a escrita da obra O caminho fica longe.
Durante os anos que viveu e leccionou em Évora, Vergílio Ferreira publicou diversos livros: Vagão J. (1946); Mudança (1948); A face sangrenta (1953); Cântico Final (1956), entre outros.
Em 1959 publica Aparição, romance que lhe valeu no ano seguinte a atribuição do Prémio Camilo Castelo Branco da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Alegria breve, publicado em 1965, valeu ao autor a atribuição do Prémio da Casa da Imprensa.
Em 1981 Vergílio Ferreira aposenta-se da função de professor de ensino secundário. Inicia-se nesse ano a publicação da série Conta-Corrente, que chegaria ao fim em 1994, com a publicação do nono volume. Conta-Corrente é um diário com textos do autor que abarcam o período de Fevereiro de 1969 a Dezembro de 1992.
Em 1984 Vergílio Ferreira é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Em 1988 publica o ensaio Arte Tempo e é galardoado pela Associação Portuguesa de Escritores com o Grande Prémio de Romance e Novela pelo romance Até ao fim.
Em 1991 é lhe atribuído o Prémio Europália pelo conjunto da sua obra literária e em 1992 é eleito para a Academia das Ciências de Lisboa. Recebe também nesse ano o Prémio Camões.
Em 1993 para assinalar os 50 anos de actividade literária do escritor realiza-se na Faculdade de Letras do Porto um Colóquio sobre Vergílio Ferreira e é apresentada uma edição especial de Para Sempre, com ilustrações de Júlio Resende.
Vergílio Ferreira morreu em Lisboa no dia 2 de Março de 1996, aos 80 anos e em plena actividade criadora.
Autor de uma vasta obra no campo da ficção e ensaios, Vergílio Ferreira foi um autodidacta na escrita. Inicialmente ligado ao Neo-realismo, acabou por se desligar desse movimento literário, evoluindo a sua obra ficcional no sentido de uma temática existencialista e de um humanismo trágico. No campo do ensaio os textos de Vergílio Ferreira traduzem para além da interrogação filosófica sobre o destino do homem, uma reflexão sobre os problemas da arte e da civilização europeias.
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