“A linha mestra de Pântano assim se define na pessoa de Juvenal, (…)filho ligado em remorso à mãe perdida em menino e em ódio ao pai recasado, vindo aos 29 anos a Lisboa, sem saber porquê, em falta total de projecto ou ambição – homem sem qualidades de vida, no seu quotidiano de trabalho, ou de vontade dele, mesmo com o seu inútil canudo de licenciado em Direito. (…)Juvenal não sentia gosto nem necessidade de trabalhar e via-se como «um triste ruminador cerebral» a quem «a inteligência dava para se negar, para se complicar, para se dissolver por dentro», e, ainda por cima, «um homem inábil para o amor», a quem «mulher alguma podia pertencer» - «condenado a ser só para toda a vida»…”
Excerto do prefácio de José-Augusto frança
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